A Oração

Oziel Gustavo Marian • 19 de junho de 2024


A oração é cordão umbilical da nossa relação com Deus. Ela mantém nossa fé viva e saudável. Não orar, ou parar de orar, é como cortar ou estrangular o cordão, se isto acontecer, nós vamos enfraquecer e morrer espiritualmente.


Porém mais do que manter nossa fé viva, a oração produz mudanças!


A oração muda a nós mesmos. Assim como o diálogo e a convivência com as pessoas vão nos mudando, nosso diálogo e convivência com Deus também nos transforma.


A oração muda a realidade. A ideia de que tudo já está determinado e que precisamos aceitar por que é vontade de Deus; é uma ideia filosófica defendida pelo estoicismo, mas não pela Bíblia. Na Bíblia vemos pessoas orando, porque acreditavam que ela poderia mudar o rumo da história.


A oração pode mudar a mente de Deus. Paulo disse que somos cooperadores de Deus (I Co 3.9) cooperador é diferente de empregado; o empregado faz o que o chefe manda, o cooperador ajuda com ideias, sugestões e toma iniciativas.


Deus quer que oremos, os ouvidos dele estão atentos. Então como orar?

- o ideal, é que a oração seja precedida pela meditação; buscar o silencio, posição confortável, se desligar correria, etc.

- precisamos conhecer a vontade de Deus; saber o que é importante para ele e ajustar nossa oração para que esteja em sintonia com os propósitos de Deus.

- começar por coisas pequenas; a paz no mundo é importante, mas que tal começar pedindo por paz em nossa casa, em nossa família, em nossa vizinhança!?

- perder o medo e a insegurança; acreditar que milagres acontecem!

- ter compaixão, se sensibilizar pela situação; quando oramos por algo que toca o nosso coração, a oração se torna mais consistente.

- orar por necessidades reais, não por coisas supérfluas.

- simplificar a oração; evitar orações longas, repetitivas e rebuscadas.

- enquanto você ora, imagine as coisas acontecendo; pessoa sendo curada, casamento sendo restaurado, situação sendo resolvida.

- confie no amor e no poder de Deus.

Que Deus nos abençoe!

Por Oziel Gustavo Marian 8 de agosto de 2024
O estudo não afasta as pessoas de Deus, o que afasta é a cegueira e a rebeldia contra Deus. O estudo sério, dedicado e comprometido com a verdade, aproxima a pessoa de Deus. Existe um equilíbrio natural entre fé e conhecimento (um complementa o outro), caso isto não ocorra, haverá um desequilíbrio. Paulo escreve em Romanos 12:2 Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. E em Filipenses 4:8: "Finalmente, irmãos, tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas." Todos os exercícios espirituais visam a nossa transformação e crescimento, mas o estudo é o meio, o exercício, pela qual experimentamos as maiores mudanças. Uma pessoa que não pratica este exercício, é uma pessoa que permanece estagnada; vai ano entra ano, ela permanece a mesma em suas ideias, em seus pensamentos, em sua religiosidade e em suas atitudes. Muitos cristãos, até mesmo os mais fervorosos e dedicados, permanecem estagnados e presos à conceitos errados sobre Deus, porque não se dedicam ao estudo. Há quatro passos importantes para um estudo eficaz: Um deles é a repetição : embora atualmente tenha uma conotação negativa por causa da chamada lavagem cerebral, é inegável a sua eficácia no aprendizado; Uma pessoa se torna habilidosa na medida que repete algo (um cirurgião não se torna especialista depois da primeira cirurgia). O segundo passo importante para o estudo, é a concentração: se além de repetir um conteúdo, conseguirmos nos concentrar nele, o aprendizado será muito maior. Nosso cérebro armazena, praticamente tudo o que passa pelos cinco sentidos, é muita informação. Agora imagina se conseguirmos nos concentrar naquilo que estivermos estudando. O terceiro passo é a compreensão: além de repetir, se concentrar, precisamos compreender o que estamos estudando. Compreender, vai além de memorizar ou saber, compreendemos, quando o conteúdo passa a fazer sentido e se torna algo natural para nós. O quarto passo no estudo é a Reflexão: É ficar ruminando, pensando naquilo que aprendemos e conseguir ampliar a discussão em torno do que aprendemos. Tudo isto, quando feito para louvor, honra e glória de Deus, nos aproxima de Deus e nos fortalece na comunhão com Deus. Deus abençoe a todos e bons estudos!
Por Clebinho Rios 16 de maio de 2024
Quando Moisés é mandado por Deus de volta para o Egito para libertar Seu povo, tem diversos encontros com o Faraó, porém este sempre reluta em permitir que os hebreus saiam da terra do Egito. Num desses encontros, Moisés chama o Faraó até a margem do rio Nilo e dá-se início às pragas que afligirão o Egito até a libertação do povo. Neste encontro, às margens do Nilo, muita coisa deve ter passado na cabeça de Moisés. Para os egípcios ir até as águas do rio era como se fosse um devocional, iam lá para cultuar o rio que para eles era um deus. Além disso, deve tê-lo feito lembrar da própria história, onde sua mãe biológica, Joquebede, com medo de que ele fosse jogado no rio, o coloca em um cesto para que a princesa o encontre e cuide dele como um dos seus. Ademais, o Nilo era o local onde eles se banhavam, o que também deve ter trago certa nostalgia para ele. De frente para o rio Nilo, sua memória deve ter sido acionada de uma forma especial, pois deve ter trazido para ele a lembrança de duas mães, uma hebreia e genética e uma egípcia e adotiva. Talvez tenha se lembrado de ter recebido muita instrução e cultura, já que foi educado pela elite que governava uma das maiores potências do mundo antigo. Ora, também deve ter trazido grandes lutas internas, que apenas ele saberia, como por exemplo abrir mão de toda a glória que poderia ter como egípcio criado pela filha do faraó para libertar um povo escravizado, indo assim contra aqueles que o criaram. Quem sabe suas memórias o levaram ao dia em que, para salvar um escravo hebreu que estava sendo duramente agredido por um egípcio, assassinou a este no intuito de salvar um daqueles que tempos depois seriam retirados dali. Será que poderia ter relembrado dos seus anos em Midiã, onde trabalhou, se casou, se tornou pai e pastor. Ou será que naquele momento foi trazido à sua memória o seu encontro com Deus, lembrando-se da sarça ardente e da sua vocação que desta vez volta à tona de forma irreversível. O que sabemos, é que independente do que tenha pensado naquele momento, Moisés fez o que tinha sido ordenado por Deus. Como nos diz a carta de Paulo aos Hebreus “ Pela fé saiu do Egito, não temendo a ira do rei, e perseverou, porque via aquele que é invisível” (Hb 11.27). Usando o exemplo de Moisés, utilizando aqui a contagem de tempo que Estevão descreve no capítulo 7 do livro dos Atos dos Apóstolos, relembrando seus 80 anos de vida, devemos parar e refletir um pouco sobre tudo aquilo que já vivenciamos. É importante que neste rememorar entendamos que o passado é aquilo que somos hoje, que o presente é realmente um presente de Deus e que futuro é consequência daquilo que somos hoje. Se pararmos para pensar, nosso Deus tem sido muito bom com cada um de nós e com todos nós ao mesmo tempo. Vamos fazer um exercício: conte quantas bençãos você recebeu na última semana. Você seria capaz de enumerá-las ou descrever cada uma delas? Isso não se aplica apenas às coisas que sentimos, mas também a tudo que transmitimos para os outros. Isso também são bênçãos que recebemos. Com certeza todos nós temos muito a agradecer ao nosso bondoso Deus. Como diz aquele conhecido hino: “Se da vida as ondas agitadas são; se, desanimado, julgas tudo vão, conta as muitas bênçãos, conta a cada vez, e hás de ver, surpreso, quanto Deus já fez. Conta as bênçãos, dize quantas são, recebidas da divina mão. Uma a uma, conta a cada vez; hás de ver, surpreso, quanto Deus já fez. ” Todos temos limites, e acreditamos que quando chegarmos nele, ficaremos imóveis, apáticos e sem qualquer reação, porém precisamos analisar os nosso limites e, a partir desses limites, termos nossos recomeços. Moisés tinha o Mar Vermelho como limite; para Abraão a entrega de Isaac era seu limite; Ana tinha a esterilidade como seu limite; e até Jesus Cristo teve a morte como limite, mas nenhum desses foi suficiente para impedir novos começos vitoriosos guiados e direcionados por Deus. “Todavia, lembro-me também do que pode dar-me esperança: Graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois as suas misericórdias são inesgotáveis. Renovam-se cada manhã; grande é a tua fidelidade!” Lm 3.21-23 Lembre-se: Nosso Deus é um Deus de amor, confie n'Ele, descanse n'Ele e espere n'Ele. Aquele que nunca falhou, nunca falhará! Tenha sempre um bom recomeço.
23 de abril de 2024
“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe e sim unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade. E, assim, transmita graça aos que ouvem.” Efésios 4.29 Na nossa visa expressamos nossos sentimentos com palavras. O poder das palavras é muito maior do que a gente imagina. Elas são pronunciadas nos lábios, mas se originam na mente e no coração, que é o lugar da emoção. Efésios 4.29 nos diz que nenhuma palavra torpe deve sair da nossa boca. TORPE: palavra que fere os bons costumes, a decência, a moral, que causa repulsa. Falamos palavras que ferem o outro, magoam e ficam marcadas em seu interior, no coração e na mente. Por exemplo, se dizemos para alguém “Você não vai ser nada na vida; você não é capaz; você é um zero a esquerda...”, isto traz sobre a vida dessa pessoa um peso e ela sofre as consequências, fica na mente e no coração e, cada vez mais, vai ficando convencida disto. Aí nada vai para frente. São palavras de maldição que revela a vontade de que algo negativo aconteça, palavras que desvalorizam e menosprezam. Palavras tem poder de vida e de morte, de animar ou desanimar, de levantar ou destruir as vidas. Palavras tem poder para reerguer o cansado, palavras tem poder de curar e desafiar a ser melhor cada dia, consolar e proclamar o nome de Jesus. Somos desafiados a usar nossa língua, nossa palavra e nosso desejo para edificar quem ouve, para ser bênção e não empecilho. Eu nunca ouvi de meus pais e de líderes palavras que poderiam pesar sobre minha vida. Pelo contrário, sempre ouvi palavras de apoio e desafios, isto até hoje colho os frutos disto. Louvo a Deus por isto. Mas conheço pessoas que não conseguem se desvencilhar do que foi dito e sofrem com isto. Em Tiago 3.10 nos é dito que “De uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. ” Olhemos para nós e o que dizemos é bênção ou maldição? Pense, examine-se, ore, medite e cuide para que seus lábios pronunciem palavras para edificação. Observe suas declarações e seja uma pessoa que abençoa outros. Anime, conforte e desafie, caminhe junto. Vigie seu coração, a Bíblia diz que a boca fala o que está cheio o coração. Controle seus pensamentos com relação as pessoas, você será mais feliz e fará as pessoas ao seu redor melhores. E Salmo 141.3 diz” Põe guardas á minha boca, Vigia a porta dos meus lábios.” Que Deus nos ajude. Amém Olga Kappel Roque Juiz de Fora
Por Oziel Gustavo Marian 30 de março de 2024
Uma das práticas israelitas, nos tempos bíblicos, era o sacrifício de animais. Eles eram mortos, queimados e o sangue aspergido no altar do templo de Jerusalém. E quem vinha de longe, para não trazer os animais, trazia dinheiro e os compravam dos comerciantes locais. E quem tinha moeda estrangeira, podia trocá-las pela moeda local, com os cambistas. Podemos, então, concluir que o templo e arredores ficava bem caótico, uma grande feira de negócios. Foi esta cena que Jesus encontrou em uma de suas viagens a Jerusalém e segundo o relato de João 2.13-17, ele fez um chicote, virou as mesas e expulsou os que ali comercializavam animais e outras coisas. O templo deveria ser lugar de oração, adoração, testemunho, comunhão e outras coisas que geram crescimento e amadurecimento pessoal e espiritual. Mas aquilo tudo estava mais relacionado ao comercio, do que com adoração e celebração. Esta situação nos convida a refletirmos sobre como andam as nossas celebrações e nossa adoração: Estamos fazendo uso apropriado dos templos, celebrações e cultos para honrar, glorificar e adorar a Deus? Ou também temos alterado o propósito, construindo templos para a glória humana, para o simples entretenimento e como fonte de comercio e lucro? Temos nos reunido para ter comunhão com irmãos e irmãs na fé, para ajudar-nos mutuamente, para orar uns pelos outros, para ler e estudar as escrituras, para acolher pessoas e fazer a vontade do Senhor? Ou temos nos reunido para pôr as fofocas em dia, provocar inveja e ciúmes, promover competição de egos e criar disputa de poder e posição? O que temos feito e falado promove o nome de Cristo e edifica o corpo de Cristo, a igreja? Ou, o que temos feito e falado envergonha o evangelho, gera desordem, intrigas e outras coisas que dividem o corpo de Cristo, a igreja? O que Jesus fez, foi algo semelhante ao que mais tarde Lutero e outros fizeram e que precisamos continuamente fazer: restaurar o propósito fundamental da nossa fé e do nosso testemunho. A história tem mostrado que o ser humano tem uma tendência incrível de acrescentar e complicar as coisas: - Deus criou dez leis, que podem ser resumidas em duas; o ser humano as transformou em centenas, milhares; - Deus quer um relacionamento de amizade com seu povo; o ser humano transformou isto em rituais e protocolos sofisticados; - Deus revelou sua vontade em Jesus e em sua mensagem, o evangelho; o ser humano transformou isto em dogmas infindáveis. - Jesus, ao iniciar a igreja, queria proporcionar um ambiente de comunhão, amizade e adoração; o ser humano transformou numa instituição, cuja burocracia é esgotante. Ou seja, nós pegamos algo simples, vivo e dinâmico, e vamos complicando, engessando e enchendo de coisas. O povo de Deus na atualidade não comercializa e sacrifica pombas, cabritos, ovelhas, bois e não tem o cheiro e o caos que Jesus encontrou naquela celebração, mas tem adesivos, camisetas, venda de milagres, rituais e uma infinidade de objetos “gospel/religioso” que continua transformado as celebrações em feira de negócios. Não quero generalizar, pois sempre há exceções, mas suspeito que a igreja tem a mesma falta de propósito, de testemunho e de entendimento do que significa celebrar e adorar a Deus, que os israelitas tinham. Assim como no cotidiano, nós vamos acumulando coisas, comprando itens que não necessitamos, enchendo nossa casa e sobrecarregando as finanças. A religiosidade nos faz acumular uma quantidade enorme de elementos sejam materiais ou mentais aos quais atribuímos sacralidade, tornando-se assim, em “sacrifícios” aos quais nos apegamos. Por isso, ouço Jesus dizendo para nós: tirem estas coisas do meio de vocês, parem de fazer do meu corpo, a igreja, um comércio e um espetáculo para entreter as multidões. Como disse Deus por meio do profeta Amós 5.21-24 "Eu odeio e desprezo as suas festas religiosas; não suporto as suas assembleias solenes... Afastem de mim o som das suas canções e a música das suas liras. Em vez disso, corra a retidão como um rio, a justiça como um ribeiro perene! " Nós, os seguidores de Jesus, em comunhão, somos o corpo de Cristo, o templo, morada do Espírito Santo. Somos a face e a presença de Cristo no mundo e como tal devemos viver. Portanto, tudo aquilo que não encontramos em Cristo, que não aponta para cristo, que atrapalha a verdadeira adoração e que não edifica a vida das pessoas, deve ser tirado, jogado fora! Que este período da Quaresma e da Páscoa, pela qual estamos passando, nos ajude a fazer uma faxina em nossa vida pessoal e espiritual, simplificando algumas coisas e descartando outras, permanecendo com o que é essencial; oração, adoração, louvor, amor ao próximo e temor ao Senhor. Oziel Gustavo Marian Pastor na Comunidade Luterana em Juiz de Fora.
Por Clebinho Rios 12 de março de 2024
Quando lemos o Evangelho segundo Lucas vemos que este é a narrativa mais completa da vida de Jesus que veio até nós proveniente da era apostólica. Parece que o evangelista teve a intenção de fazer uma descrição completa do curso da vida do Salvador desde o seu nascimento até a sua ascensão, e faz parte de uma obra maior que inclui o livro dos Atos, o qual prossegue com a história das atividades missionárias da igreja até o estabelecimento da comunidade cristã em Roma. A mensagem do Evangelho de Lucas pode ser resumida nas palavras de Jesus a Zaqueu, conforme relatado neste evangelho as registra: "Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido" (Lc 19:10). O caráter e propósito de Jesus como Salvador é o tema principal deste livro. As atividades e os ensinamentos de Jesus em Lucas são focalizados no ato de tirar os homens dos seus pecados e de trazê-los de volta à vida e à esperança. Os milagres, as parábolas, os ensinamentos e as atitudes de Jesus exemplificam seu poder e vontade redentores. Formas de Viver a Vida Pe. Antônio Vieira (Jesuíta, missionário Católico nas terras brasileira – Lutou em favor dos índios, escravos e não separação entre cristãos e cristãos novos no sec. XVII) interpreta essa passagem informando que há 3 formas de se viver a vida. Ladrões: O O que é Seu é Meu : vivem para usurpar, vivem suas vidas tomando conta do que os outros têm, querendo trazer para si. Pessoas “egocêntricas”, que pensam apenas em si mesmas. Tudo aquilo que vê devem ser objetos de sua posse, de seu prazer. Tudo aquilo que é seu é meu. Se for preciso, tomo de você, a força, que seja. Nem ligo para isso, se eu quiser vai ser meu. Religiosos : O que é Seu é diferente do Meu: Cultura da indiferença. Cada um com seus problemas. “Você pra mim é problema SEU”. Cada um cuida da própria vida. “Deus deu uma vida pra cada um pra cada um cuidar da sua”. Vemos hoje em dia pessoas assim, que não veem que o mundo é habitado por mais gente, vivem displicentes à outras presenças a seu redor, não estão preocupadas com as demais pessoas que vivem no mesmo ambiente. Samaritano: O que é Meu é Seu: É aquela pessoa de atitude generosa, solidária, compassiva, misericordiosa, doadora, abençoadora, atenta às necessidades alheias para poder ajudar. Pessoa que não vive para si mesma. Não está preocupada com seu próprio eu, preocupa-se com a partilha e a comunhão. Podemos ainda perceber nesta parábola que ela foi narrada na ocasião em que um advogado formulou uma pergunta prática sobre o que deveria fazer para herdar a vida eterna, subentendendo que esta lhe poderia ser assegurada pela execução de uma ação qualquer. Jesus fez referência à lei que, como advogado, deveria conhecer. O advogado mostrou entender corretamente a lei, ao citá-la em seu âmago, por assim dizer, resumida no amor a Deus e ao próximo v.27. (Dt 6.5; Lv 19.18). Quando observamos cada um dos personagens, podemos perceber suas características. O viajante . Tratava-se obviamente de uma pessoa descuidada e temerária . As pessoas raramente tentavam cruzar sozinhas o caminho de Jerusalém até Jericó, levando mercadorias ou objetos valiosos. Quase sempre se viajava de caravanas, procurando segurança. Este homem não podia culpar a ninguém mais que a si mesmo da situação que teve que enfrentar. O sacerdote . Este se apressou a passar próximo do homem. Sem dúvida estava lembrando que tocar um morto era impuro por sete dias (Números 19:11). Não tinha certeza disso, mas temia que o homem estivesse morto; e se o tocasse perderia seu turno de serviço no Templo; e se negou a arriscar-se. Era um homem que sustentava os valores cerimoniais acima da caridade. Para ele o templo e sua liturgia significavam mais que o homem. O levita. Este parece ter-se aproximado do homem antes de seguir seu caminho. Os bandidos estavam acostumados a usar essas armadilhas. Enquanto um deles se fingia de ferido, quando algum viajante de boa fé se detinha seu lado, os outros o atacavam, dominando-o. O levita era um homem cuja máxima era "Primeiro a segurança." Não se arriscava a ajudar a ninguém. O samaritano. Os ouvintes certamente esperariam que com ele aparecesse o vilão. Pode ser que não tenha sido um samaritano de raça. Os judeus não se comunicavam com eles, mas este homem parece ter sido uma espécie de viajante comercial que concorria regularmente à estalagem. Em João 8:48 os judeus dizem que Jesus é samaritano. Este nome se utilizava às vezes para dizer que um homem era um herege que quebrava a lei cerimonial. Possivelmente este homem fosse um samaritano no sentido de que os ortodoxos o desprezavam. Jesus respondeu contando a história de um samaritano, e de um sacerdote e um levita muito duros. A parábola ilustra a verdadeira operação da lei do amor. O versículo 30 traz a informação que o homem DESCIA. A estrada que ia de Jerusalém a Jericó descia mais de 900 metros em menos de 25 quilômetros através de reentrâncias que estavam infestadas de ladrões. Certo samaritano (v.33); o representante de uma raça desprezada, enquanto que o sacerdote e o levita representavam a ortodoxia e a respeitabilidade judaica. Quando voltar (v.35). O "eu" é muito enfático; "Eu, e não o homem ferido, pagar-te-ei". Jesus mudou o pretexto do advogado do interesse próprio, subentendido em sua pergunta, no de outros, perguntando, quando Ele havia terminado a história: “Qual, pois, destes três te parece que foi o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores?” (v.36). Se um samaritano podia provar que era o verdadeiro próximo de um judeu, mostrando misericórdia a este, então todos os homens são próximos. Com essa parábola podemos perceber que a forma como vemos o outro e entendemos a sua necessidade mostra o caráter de Cristo em nós. As feridas, independente de serem físicas ou emocionais, precisam ser tratadas e para isso devemos estar dispostas a levar o nosso próximo para o caminho que estamos seguindo. Este é o estilo de vida de Jesus, nesta parábola. É a forma que ele deseja que vivamos. É necessário perceber que pessoas ferem pessoas, mas é mais importante ainda saber que Deus usa pessoas para curar pessoas. Que o Senhor nos permita viver com esta Filosofia de Vida e que sejamos verdadeiros dispenseiros do amor de Deus.
Por Mônica Rezende Machado 26 de fevereiro de 2024
Estamos no período da quaresma e é interessante pensar que esta observância no calendário data dos primeiros cristãos, lá no início da igreja. Este período, naquela época, iniciou-se a partir do acordo para um encontro anual, durante os 3 dias que antecediam a páscoa, com o objetivo de juntos jejuarem, orarem e meditarem acerca dos ensinos de Jesus Cristo. Por muito tempo se reuniram desta mesma forma, sempre em números maiores a cada encontro anual que também era celebrado por novos convertidos ao cristianismo. Com o decorrer do tempo a igreja estendeu esse período para 40 dias e o transformou em um tempo de preparação ao batismo para novos cristãos, com a imposição do jejum absoluto e a prática de penitências e peregrinações, passando a chamar este período de quadragésima ou quaresma. O tempo passou e a liderança da igreja estendeu esse período a todos os cristãos da época, com imposições extremas de rituais a todos. Uma das situações conhecidas, foi a prisão de cristãos, entre eles Zuinglio, que estavam reunidos na casa de um tipógrafo trabalhando em um comentário bíblico e o fato de não se alimentarem chamou a atenção deste homem que ofereceu salsichas ao grupo. Aquilo foi considerado uma ofensa tão grave para a liderança da igreja e para a liderança política local que todos foram presos. Este fato motivou Zuinglio a escrever um sermão intitulado ”Sobre a escolha e a liberdade dos alimentos”. Provavelmente, inspirado por um panfleto escrito por Lutero ‘ Sobre a liberdade do homem cristão”. Com o passar dos anos a igreja continuou observando esse período da quaresma e em muitos lugares no mundo as práticas e rituais também acompanharam essa diversidade. Existem lugares em que incluíram no calendário da quaresma, uma festa para abrir a quaresma. Inicialmente, 1 dia antes da quaresma o deus baco regia a festa com a regra do festejo da carne em todas as possibilidades. Logo esse tempo foi ampliado para 4 dias de festa nos dias que antecediam o início da quaresma onde a penitência praticada seria não comer carne. No decurso do tempo chegamos ao período da reforma desta igreja. Em 1517, homens corajosos entregaram suas vidas para contestarem acerca de vários abusos e imposições que eram praticadas pela liderança da igreja em nome de Deus e que não constavam em Sua Palavra. O protesto destes cristãos reformadores materializou-se na dedicação exaustiva da tradução da Bíblia em vários idiomas, o que nos permite hoje desfrutar do acesso a tantas possibilidades traduzidas da Palavra de Deus. Temos a oportunidade de avaliar nossas questões e dilemas à luz da Palavra e encontrar respostas em Seu plano de amor por nós, revelado em Jesus Cristo. A Graça, que não merecemos, mas que foi derramada na cruz por cada um de nós. Na carta aos Hebreus, encontramos um texto que foi escrito à segunda geração de judeus convertidos, redigido no primeiro século, não há consenso quanto a identificação do autor, mas o grande consenso entre os estudiosos é sua importância. É respeitosamente chamada de o 5º evangelho, por se tratar de uma carta que objetiva em seus 13 capítulos, reforçar a identidade de Jesus Cristo, o filho de Deus. Esses judeus, apesar de terem recebido sinceramente a fé em Cristo estavam confusos, queriam manter o ritual dos sacrifícios que aprenderam em sua cultura e realizaram por toda a vida, em sinal de obediência a Deus. Estavam também temerosos e inseguros diante do cenário de perseguição vivido. Presenciavam repetidamente massacres em praça pública como recado aos do seu próprio povo para que não se convertessem ao cristianismo. Isto ocorria até que os perseguidores fossem iluminados e quebrantados pela luz de Cristo e passassem a perseguidos. Como é o caso do perseguidor Saulo, que ao receber a verdade da salvação, hoje é conhecido como Paulo de Tarso, um dos homens que mais textos escreveu no Novo Testamento anunciando a superioridade de Jesus. Nos primeiros versos do capítulo 10 na carta aos hebreus, o autor usa repetidos argumentos para reforçar que os termos da 1ª aliança de Deus com o povo eram provisórios, temporários e por isso eram repetidos ano a ano, que não aperfeiçoavam quem ofertava, não removiam pecado. Os rituais de ofertas eram sombra da realidade que viria, a luz do salvador. O autor utiliza citações do velho testamento em Hb 10: 5-7 e 11-12, salmo 40 e 110 respectivamente, muito provavelmente como recurso de reforço das profecias que anunciavam o Cristo. Outro argumento do autor era que os sacrifícios anuais traziam à memória a natureza pecadora e a necessidade de aguardar o sacrifício perfeito que ainda viria, de uma vez por todas: Hb 10:3 “..., contudo, esses sacrifícios são uma recordação anual dos pecados...”. Percebemos que a palavra recordação, trazer a memória, é a mesma palavra usada por Jesus na última ceia com os discípulos: “faça isso em memória de mim e todas as vezes que o fizer você anuncia a minha morte por seus pecados.” Atualmente, o cristão na quaresma, corre o risco de pensar que pode ficar tranquilo, já que não tem mais a necessidade de sacrificar um bode para agradar a Deus. Porém, essa tendência humana, da autodefesa pode tirar de nós a chance de uma reflexão humilde e que nos reconecta ao amor de Deus. É tempo de oportunidade... A estação da quaresma chega acompanhada de um vento forte que sopra onde quer, ouvimos a sua voz, mas não sabemos de onde vem, nem para onde vai. ” (João 3:8-10) Mônica Rezende Machado é psicoterapeuta na cidade de Juiz de Fora.
Por Oziel Gustavo Marian 7 de fevereiro de 2024
João Batista e seus discípulos, bem como os fariseus e seus discípulos jejuavam conforme a tradição judaica, mas Jesus e seus discípulos, que também eram judeus, não jejuavam e ao ser questionado sobre isso, Jesus conta duas pequenas parábolas. "Ninguém põe remendo de pano novo em roupa velha, pois o remendo forçará a roupa, tornando pior o rasgo. E ninguém põe vinho novo em vasilhas de couro velhas; se o fizer, o vinho rebentará as vasilhas, e tanto o vinho quanto as vasilhas se estragarão. Pelo contrário, põe-se vinho novo em vasilhas de couro novas". Marcos 2.21-22 Os tecidos, na antiguidade, eram de fibra natural (lã e linho), que encolhem com a lavagem. Então, para fazer um remendo não se usava tecido novo, pois na lavagem ele iria encolher e a roupa rasgaria novamente. Com o odre, acontecia algo parecido. O odre era uma vasilha (saco) feita de couro, para carregar líquidos, que com o tempo ia endurecendo, perdendo a elasticidade. Ao colocar vinho novo, que ainda estava fermentando, ele iria estufar e como não tinha mais a elasticidade, ele rompia. Mas o que isto tem a ver com o jejum? Tudo! Não só com o jejum, mas com toda a tradição judaica. A mensagem e a proposta de Jesus não servem nos velhos padrões do judaísmo. O que Jesus está apresentando ao mundo é algo novo, vivo, dinâmico, que expande e movimenta. E quando algo assim, é aprisionado, as coisas não dão certo. Não há como colocar algo vivo, dinâmico dentro de algo rígido. Mas foi isto que o povo de Israel fez com a fé e espiritualidade. O Jejum, por exemplo, é uma prática de espiritualidade, na qual a pessoa se abstém de algo físico, material, carnal, dentro de um processo de purificação, simplificação da vida, oração, meditação e intimidade com Deus; foi transformado num ritual, com dia e hora marcados, cheio de regras e padrões. Ou seja, o povo de Israel, pegou algo vivo e dinâmico e prendeu numa caixinha. E não foi só o jejum não, fez isto com todos os elementos da espiritualidade. Jesus veio trazer algo novo, ou melhor, resgatar a verdadeira espiritualidade, aquela vivida na liberdade e dinamicidade. Por isso, precisamos avaliar constantemente também as nossas práticas, pois também nós temos uma tendência natural de ir colocando as coisas dentro de uma caixinha. Nós pegamos o culto e formatamos; pegamos a oração e formatamos; pegamos o batismo e formatamos; pegamos a Santa Ceia e formatamos; pegamos o momento devocional e formatamos; pegamos a pregação da Palavra e formatamos... E o pior é que perpetuamos esta formatação. Além disso, nós mesmos nos tornamos uma caixinha fechada e rígida. Nos tornamos um odre velho, ressecado e inflexível, na qual o evangelho vivo e dinâmico não cabe mais. Ficamos apenas com os rituais vazios e repetitivos que não promovem a vida nem a fé. E isto não acontece só no contexto da igreja; um exemplo bem prático disso, é o que acontece todo final de ano em todo o mundo. Há em todos nós a expectativa que o próximo ano será melhor; desejamos ter mais paz, mais tranquilidade, mais dinheiro, mais saúde, mais disposição, mais amor... Mas o ano vira... e seguimos normalmente com as mesmas e velhas práticas e rotinas de sempre. Continuamos sendo odres velhos, ressecados, que não suportam mais o vinho novo! Passamos a vida fazenda as mesmas coisas, do mesmo jeito, mas queremos que vida seja diferente! Isto não funciona! Coisas novas e boas só acontecem, quando estivermos dispostos a mudar velhos hábitos, arriscar fazer diferente, nos abrir para coisas novas. Isto vale tanto para as coisas humanas, como para as divinas. Se quisermos experimentar o movimento do evangelho vivo, dinâmico e poderoso de Jesus, precisamos ser odres novos, flexíveis e abertos para tal. Se isto não acontecer, chegaremos ao final de 2024, do mesmo jeito que encerramos 2023. Oziel Gustavo Marian Pastor da Comunidade Luterana em Juiz de Fora.
Por Barbara Rossi Munck dos Santos 17 de dezembro de 2023
“Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador que é Cristo, o Senhor”. (Lucas 2.11)
Por Erika Grosman Reis 4 de dezembro de 2023
“Cuidado, irmãos, para que nenhum de vocês tenha coração perverso e incrédulo, que se afaste do Deus vivo. Pelo contrário, encorajem-se uns aos outros todos os dias, durante o tempo que se chama ‘hoje’, de modo que nenhum de vocês seja endurecido pelo engano do pecado, pois passamos a ser participantes de Cristo, desde que, de fato, nos apeguemos até o fim à confiança que tivemos no princípio. Por isso é que se diz: ‘Se hoje vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração, como na rebelião’“. (Hebreus 3.12-15)
Por Lúcia Rachel 30 de agosto de 2023
Estar vivendo e sentindo o agir de Deus em tudo, me fez entender que não seria tão sofrido quanto imaginei.
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